Em 2022, a Bahia registrou um aumento de 58% no número de casos de violência contra a mulher com 316 crimes. No ano passado, o estado liderou o ranking de femicídios na região Nordeste ano passado, com 91 registros.
Os números são do boletim “ElasVivem: dados que não se calam", da Rede de Observatórios da Segurança. A terceira edição da pesquisa registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em sete estados: Bahia, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e pela primeira vez, Maranhão e Piaui. Entre os casos registrados, 495 são feminicídios, ou seja, uma mulher morre por ser mulher a cada dia. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (6).
A maior parte dos registros nos sete estados tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio. As principais motivações são brigas e términos de relacionamento.
“Para além da responsabilidade individual precisamos refletir sobre a responsabilidade do estado em tolerar que tantos feminicídios aconteçam. Já foram assinados tratados e já avançamos em algumas direções, mas ainda se permite a impunidade. E isso se dá ao não saber como esse crime acontece, não se fazer o devido registro, não qualificar juridicamente da maneira correta”, explica Edna Jatobá, coordenadora do observatório da segurança de Pernambuco.
Os dados são produzidos a partir de um monitoramento diário do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. As informações coletadas alimentam um banco de dados que posteriormente é revisado e consolidado. A violência contra mulher é o terceiro indicador de violência mais registrado pela Rede de Observatórios. Atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais - que tradicionalmente ocupam o noticiário policial.
Para a produção dos dados , a Rede de Observatórios atua em parceria com a Iniciativa Negra Por Uma Nova Política de Drogas, da Bahia; Laboratório de Estudos da Violência (LEV), do Ceará; Rede de Estudos Periférico (REP), do Maranhão; Grupo de Pesquisa Territórios Emergentes e Redes de Resistência na Amazônia (TERRA), do Pará; Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), de Pernambuco; Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens (NUPEC), do Piauí; Núcleo de Estudos da Violência (NEV/USP), de São Paulo.
Fonte: Bahia Notícias
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