Pelo menos 11 pessoas foram mortas por uma onda de ataques de mísseis russos na Ucrânia durante a noite de quinta-feira (8), provocando pedidos por mais carregamentos de armas e sanções contra a Rússia.
A primeira grande série de ataques com mísseis desde meados de fevereiro quebrou o período mais longo de relativa calma desde que Moscou iniciou uma campanha para atacar a infraestrutura civil da Ucrânia há cinco meses.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que a infraestrutura e edifícios residenciais em 10 regiões foram atingidos.
“Os ocupantes só podem aterrorizar os civis. Isso é tudo o que podem fazer. Mas isso não os ajudará. Eles não vão evitar a responsabilidade por tudo o que fizeram”, afirmou Zelensky em um comunicado.
Pelo menos cinco pessoas morreram em um ataque que destruiu uma casa na região de Lviv, de acordo com os serviços de emergência. Imagens de drones da região, a cerca de 700 km de qualquer campo de batalha militar, mostraram uma casa destruída cercada por prédios seriamente danificados.
Outro civil foi morto por ataques na região de Dnipro. Três civis foram mortos separadamente pela artilharia em Kherson.
Na capital Kiev, os moradores foram acordados por explosões. Um alerta de ataque aéreo durante a noite que durou sete horas foi o mais longo da campanha aérea russa iniciada em outubro.
“Ouvi uma explosão muito alta, muito alta. Rapidamente pulamos da cama e vimos um carro pegando fogo. Então os outros carros também pegaram fogo. Os vidros quebraram nas varandas e janelas”, disse Liudmyla, de 58 anos, segurando uma criança em seus braços.
“É muito assustador. Muito assustador. A criança se assustou e pulou da cama”, contou ela. “Como eles podem fazer isso? Como isso é possível? Eles não são humanos, não sei como chamá-los. Eles estão assustando as crianças, o estado mental delas será prejudicado.”
Moscou diz que sua campanha contra a infraestrutura da Ucrânia longe da linha de frente visa reduzir a capacidade de combate do oponente. Kiev afirma que os ataques aéreos não têm propósito militar e visam ferir e intimidar civis, um crime de guerra.
Autoridades ucranianas disseram que Moscou disparou seis de seus mísseis hipersônicos kinzhal, um número sem precedentes, que a Ucrânia não tem como abater. Acredita-se que a Rússia tenha apenas algumas dezenas desses mísseis, que o presidente Vladimir Putin regularmente elogia em discursos como uma arma para a qual a Otan não tem resposta.
A Ucrânia disse que os mísseis interromperam o fornecimento de energia da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, separando-a da rede elétrica ucraniana.
A usina, que a Rússia ocupa desde que a capturou no início da guerra, fica perto da linha de frente e ambos os lados alertaram no passado sobre um potencial desastre causado pelos combates. Moscou disse que ela está sendo mantida segura com energia reserva a diesel.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, relatou explosões na parte sudoeste da capital. Ele disse no Telegram que 40% dos consumidores em Kiev estavam sem aquecimento devido a cortes de eletricidade.
CNN Brasil
(com informações da Reuters)
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