O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de adotar medidas eleitoreiras durante a disputa presidencial do ano passado. A declaração foi dada nesta quarta-feira (17), durante uma audiência na Câmara dos Deputados.

Para Haddad, as medidas, que ele classificou como "farra", causaram um aumento da taxa de juros. O Copom, ligado ao Banco Central (BC), subiu a Selic de 13,25% para 13,75%, o maior nível desde janeiro de 2017.

“Em agosto do ano passado, os juros chegaram a 13,75%, porque houve uma farra durante as eleições. Tudo somado, nós chegamos, em termos anualizados, a R$ 300 bilhões. Gasto anualizado durante as eleições, entre desonerações, gastos adicionais, auxílios, tudo aquilo que foi feito de maio a junho do ano passado até a eleição. Teve também a PEC dos precatórios, calote dos precatórios”, disse Haddad.

“Então, a autoridade monetária subiu a taxa de juro por completo descontrole das contas públicas, absoluto descontrole das contas públicas. Há de se pensar que deveria chegar em 13,75%, mas vamos combinar que a inflação estava em dois dígitos durante o governo Bolsonaro”, acrescentou. 

Haddad ainda destacou que tem uma relação respeitosa com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e defendeu que haja uma conversa com o atual patamar da Selic. Para o ministro, o atual momento é diferente e, por isso, defendeu uma revisão dos juros.

“Nunca desrespeitei o presidente do Banco Central em nenhuma fala minha. E vice-versa. Nunca o Roberto Campos me desrespeitou em nenhuma fala. E é assim que se constrói. Nós estamos debatendo o Brasil, não causas pessoais”, pontuou.

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