Recentemente, em uma intervenção para o Jornal da Manhã da TV Bahia, o repórter Luiz Gustavo ( @luizgnribeiro ) trouxe a notícia de que a Prefeitura de Jacobina havia cancelado todos os festejos de São João e acrescentou: “Apesar de não ser uma festa tradicional da cidade...” confesso que respirei fundo e aliviado ao ver que ele não completou dizendo que a tradição era a realização da micareta.
Afinal de contas, qual é a tua tradição, Jacobina? Se você, caro leitor, lembrou de algum evento religioso, está certo, pois estes são feitos sob a providência Divina e não da prefeitura, pois se os nossos gestores resolvessem assumir, elas também acabariam. E sobre a nossa tão propagada primeira micareta (ainda é nossa?), esta, assim como o Réveillon da Missão, há várias gestões vem sendo deixada de lado, seja por excesso ou por falta de chuva. A última vez que falaram, prometeram 15 dias de festa.
Os DIAS atuais também não têm trazido MELHORES notícias para aqueles que esperavam por um mês de São João. Até o Arraiá da Tradição da Jacobina 2, com suas mais de três décadas de existência, não acontecerá por falta de apoio daquele que, em campanha, até dançou com chapéu de palha para expressar sua admiração e respeito pela época mais esperada pelos nordestinos. Pelo jeito quem acabou dançando foram os que acreditaram que as festas juninas trariam um reforço na economia local.
E a Vila de Santo Antônio e suas casinhas de barro? Esbarrada pela falta de controle financeiro, também não ocorrerá este ano. Entrou água no barro e este desceu para o ralo junto com a agressão sofrida no ano passado e ninguém toca mais no assunto. Mais um tapa na cara da sociedade.
A verdade nua e crua, Jacobina, é que quem tiver a unha maior que suba logo em um ônibus e siga para as praças de eventos da região, curtir a tradição alheia, enquanto continuaremos aqui, com a tradição de não ter tradição.
Igor Fagner - Diário da Chapada
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