Em discurso realizado na abertura da Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exaltou a Bahia e disse que nasceu no estado em alguma outra encarnação. Usando um boné do programa "Bahia + Verde", ele lembrou que o seu desempenho eleitoral entre os baianos sempre foi acima da média e disse que sua relação com o local é uma “questão de química”.
“Em alguma encarnação, eu nasci na Bahia. Porque o carinho que o povo baiano tem comigo e o carinho que eu tenho pelo povo baiano é uma coisa que transcende aquilo que a ciência explica. É a questão da química. E eu lembro que, se dependesse da Bahia, eu seria presidente desde 1989”, afirmou Lula, no início do seu discurso.
Lula também lembrou que, quando o senador Jaques Wagner, lhe falou em 2006 que queria deixar o Ministério do Trabalho para ser candidato a governador da Bahia, ele discorda, pois achava que o aliado seria derrotado na disputa pelo governo do estado, diante do grupo liderado pelo então senador Antônio Carlos Magalhães.
“Eu falei: ‘ô, Galego, você quer ser candidato a governador? Você vai disputar as eleições contra a turma do ACM? Você não tem a menor chance’. [Aí ele disse:] ‘mas eu vou e vou ganhar’. E deixou o Ministério do Trabalho contra a minha vontade e foi ser candidato a governador da Bahia. Não é que o Galego ganhou as eleições na Bahia no primeiro turno?”, brincou Lula, lembrando a sequência de vitórias petistas no estado, com Rui Costa (PT) e Jerônimo Rodrigues (PT).
O petista aproveitou ainda para criticar o clima de agressividade instalado na política do país. Segundo ele, o ódio está tomando conta do debate político e casos de violência que antes inexistiam passaram a fazer parte do dia-a-dia dos brasileiros. Para ele, tudo se iniciou depois que seus adversários deixaram de aceitar suas derrotas eleitorais.
“O Brasil está com uma confusão política que a gente não conhecia até então. Normalmente, você disputava a eleição, tinha o resultado eleitoral, você ia para casa chorar a sua derrota — como dizia Brizola, você ia lamber as suas feridas — e esperar outra eleição. Foi assim que eu perdi para o Fernando Henrique Cardoso duas vezes, foi assim que eu perdi do Collor. Depois, nós começamos a ganhar. Só que as pessoas que perdem para nós não se conformam, não querem aceitar o resultado das eleições”, criticou Lula.
“A gente não estava acostumado com o ódio. Eu não conheço na história do Brasil brigas em bar porque fulano voltou em beltrano e outro votou em cicrano. Nunca vi isso. Ou o pai deixar de conversar com o filho porque o filho votava em tal partido e o filho votava em outro. Isso não acontecia no Brasil. Nunca aconteceu na Bahia. E agora nós temos um ódio disseminado, baseado numa quantidade de mentiras que eu não conhecia. Uma máquina de mentiras como a que está implantada no país, em que tudo é feito com deboche, sem nenhum respeito à verdade”, complementou o presidente da República.
A Tarde
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