Um submersível da OceanGate está à venda por US$ 795.000 – cerca de R$ 3,8 milhões. Mas o corretor de iates que tenta vender a embarcação há cinco anos não acha mais que vai conseguir.

Steve Reoch disse, em entrevista ao portal Insider, que não quer ter mais “nada a ver com isso”. Ele disse que há pouco mais de cinco anos recebeu uma ligação do CEO da OceanGate, Stockton Rush, pedindo que ele atuasse como intermediário na venda do primeiro submersível da empresa, o Antipodes.

Diferentemente do submersível Titan, que implodiu no mês passado durante uma expedição até o naufrágio do Titanic e matou os cinco passageiros a bordo, incluindo Stockton Rush, o Antipodes é uma embarcação certificada. O primeiro submersível comprado pela empresa foi classificado pelo American Bureau of Shipping, o que significa que houve uma verificação de que ele atendia aos padrões de segurança da indústria.

Segundo Steve Reoch, o submersível Antipodes foi construído pela Perry Submersibles em 1973 e passou por “várias pessoas e vários proprietários” antes de Rush comprá-lo para ser usado nas expedições da OceanGate.

O Antipodes pode atingir até 300 metros de profundidade no oceano e tem capacidade para 5 pessoas.

Reoch disse ao Insider que todos os vários mergulhos que Rush fez no Antipodes foram “bem-sucedidos”. Ele conta que uma dessas viagens foi uma expedição para observar tubarões, e o rapper Macklemore era um dos passageiros. “Todos voltaram bem.”

Desde que foi contatado por Rush para auxiliar na venda do submersível, a OceanGate continuou a usar o Antipodes em expedições. “Para que não ficasse apenas parado em um galpão em algum lugar”, explicou Reoch.

Depois de cinco anos e alguns potenciais compradores – que “não eram legítimos”, segundo Reoch –, o corretor disse que agora tem certeza que não venderá o submersível.

Ao Insider, Reoch disse que a venda do Antipodes estará envolvida em controvérsias judiciais por anos depois que a OceanGate, atual proprietária da embarcação, interrompeu todas as suas operações comerciais após o acidente que causou a morte de cinco pessoas, inclusive o CEO da empresa.

Ele deve retirar o submersível de sua lista nas próximas semanas, pois não quer se envolver em uma venda com litígios.

“Estamos no processo de nos desassociar da embarcação porque ela não será vendida”, disse Reoch ao Insider. “Ninguém vai conseguir vender o submersível por anos por causa de litígios. É uma perda de tempo e tem sido por cinco anos.”

CNN Brasil