A cada rodada a situação do Bahia no Campeonato Brasileiro fica mais complicada. Na derrota para o Flamengo, por 1x0, no último sábado, no Maracanã, mais uma vez o erro individual no sistema defensivo teve peso para o tropeço da equipe. Uma rotina que se repete na temporada.

Em 2023, a defesa tem sido um dos grandes problemas do tricolor. O time sofreu 66 gols em 54 jogos, 34 deles no Campeonato Brasileiro. Além do ajuste tático estar longe do ideal, o Esquadrão esbarra nas falhas individuais.

O vacilo de Vitor Hugo no Maracanã deixou Gerson livre e causou a expulsão do zagueiro Kanu. Os tricolores ficaram na bronca já que o árbitro primeiro deu cartão amarelo, entendendo que o rubro-negro não estava em direção ao gol, mas mudou para o vermelho após revisão no VAR. Com um jogador a menos, o Esquadrão não resistiu e acabou derrotado.

Dos 34 gols que o Bahia levou na Série A, pelo menos seis surgiram a partir de erros individuais. Vitor Hugo esteve envolvido em três. No empate por 1x1 com o Goiás, na Fonte Nova, o zagueiro abriu a barreira e deixou passar a falta cobrada por Bruno Melo. Ele reconheceu a falha.

Já na derrota por 1x0 para o Atlético-MG, o defensor não cortou o passe e deixou Paulinho livre para marcar. A situação foi semelhante ao gol anotado por Cristaldo para o Grêmio, no primeiro turno.

Contratado para ser uma das referências da defesa, Vitor Hugo ainda não engrenou no Bahia. Apesar da titularidade, ele tem cometido muitas falhas. Antes do lance que originou a expulsão de Kanu, o zagueiro havia errado o passe na saída e entregou a posse para o ataque do Flamengo. A defesa tricolor se recuperou e impediu o que seria o gol de Pedro.

O Bahia também levou gols em falhas grotescas de Yago na derrota para o Red Bull Bragantino, David Duarte no empate com o Cruzeiro, e Cicinho, diante do Fluminense.

Com a missão de manter o Bahia na primeira divisão, Rogério Ceni sabe que precisa estancar a sangria na defesa tricolor. Nos três jogos sob o comando do treinador, o Esquadrão levou cinco gols. Nas últimas cinco partidas, a equipe foi vazada nove vezes.

A vulnerabilidade defensiva ajuda a explicar a campanha do clube na Série A. O Bahia é o atual 18º colocado, dentro da zona de rebaixamento, com 25 pontos. Primeiro fora do Z4, o Vasco tem 26. 

Para piorar a situação, diante do Goiás, Ceni será obrigado a mudar a dupla de zaga. Com Kanu suspenso, o treinador deve optar por Gabriel Xavier para o posto. Marcos Victor e David Duarte também disputam a posição.

A dúvida é se o treinador manterá Vitor Hugo entre os titulares. Rogério Ceni já deixou clara a preferência por atuar com um zagueiro canhoto do lado esquerdo. Nesse cenário, a única opção no elenco seria Raul Gustavo.

Raul foi titular na vitória tricolor sobre o Coritiba, por 4x2, na estreia de Ceni. Na ocasião, Vitor Hugo estava suspenso pelo terceiro amarelo. Apesar da fase delicada, o treinador acredita que conseguirá alcançar o objetivo de evitar a queda para a Série B.

“Acho que temos tempo para isso[tirar o Bahia da zona]. Temos 13 jogos para fazer. Precisamos de algumas vitórias, alguns triunfos dentro desse trabalho para chegar até a pontuação necessária. Mas vejo um time bem organizado hoje. O time do Renato [Paiva] tinha uma boa intensidade de jogo, um cara de boa índole, grande profissional, e nós estamos aproveitando o que temos de melhor dentro de nossa característica de jogo”, explicou Rogério Ceni.

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