O debate sobre se dinheiro traz felicidade continua vivo. Apesar de um consenso popular negativo, estudos revelaram uma correlação entre estabilidade financeira e bem-estar emocional, mostrando que pessoas que se sentem bem remuneradas tendem a experimentar maior alegria e confiança.

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos e pelo site de relacionamentos brasileiro meupatrocinio.com, realizada com mais de 42 mil adultos com idades entre 18 e 65 anos, demonstrou que as pessoas tendem a ser mais felizes quando se sentem bem remuneradas, se tornando indivíduos mais confiantes e alegres.

Os estudos também mostraram que relações amorosas são influenciadas pela saúde financeira das pessoas. “Nos últimos cinco anos, o número de divórcios no Brasil aumentou em 75%, e 60% desses divórcios foram causados por problemas financeiros. A fa lta de dinheiro causa frustrações que acabam afetando o relacionamento”, diz Caio Bittencourt, especialista em relacionamentos do MeuPatrocínio.

Caio também defende que relacionamentos que possuem saúde financeira são mais tranquilos, o que influencia no nível de felicidade do casal. “Relacionamentos sem problemas financeiros são relacionamentos tranquilos, onde o bem-estar é prioridade, permitindo viagens, momentos de conexão entre o casal e com amigos e família. Estou me referindo à saúde financeira, não necessariamente a ser milionário. Conseguir equilibrar as contas todos os meses e ainda ter dinheiro para sair, viajar e planejar o futuro é algo que beneficia qualquer pessoa”.

“Não é o dinheiro que traz felicidade, mas ele contribui para que sejam obtidas as condições para que se possa ter momentos de alegria. E quando a renda está num nível mais elevado, ela tende a viabilizar a realização de um número maior de objetivos, de um número maior de sonhos, de metas, e isso tende a criar maior número de momentos de bem-estar”, argumenta o economista Marcelo Ferreira sobre a relação entre dinheiro e felicidade.

Luta por sobrevivência

A principal relação entre felicidade e estabilidade financeira é que quando não há preocupações relacionadas a questões financeiras pessoais, é mais fácil aproveitar outros aspectos da vida com mais calma. “É muito difícil alcançar momentos felizes quando não se sabe, por exemplo, se vai ter como se alimentar no dia seguinte. Então, esse tipo de situação de muita dificuldade financeira traz um estresse e um desgaste emocional muito elevado”, defende Marcelo

Apesar de felicidade e bem-estar emocional serem conceitos ligados a aspectos mais subjetivos da vida das pessoas, questões práticas como poder de compra podem influenciar na felicidade. “Pessoas com rendas mais baixas são submetidas a sacrifícios mais elevados pois têm menor poder de compra, logo menor capacidade de atender às suas necessidades, comprometendo a qualidade de vida dos indivíduos que compõem o núcleo familiar”, explica o economista Antônio Carvalho.

O planejamento e a educação financeira são algumas das estratégias que podem ser adotadas para evitar problemas financeiros que acarretem questões emocionais. “Para ter uma boa relação com o dinheiro, é importante seguir dois passos simples: primeiro, entender exatamente quanto se ganha e gastar dentro desse limite; segundo, planejar bem os gastos, economizando em energia, água, transporte e outras despesas. Mesmo quem ganha mais às vezes se endivida porque gasta mais do que ganha”, explica Carvalho.

A Tarde