São nos momentos em que a equipe mais precisa que o jogador decisivo costuma tirar um coelho da cartola e resolver o problema. Esse é um dos fatores que diferenciam os comuns dos verdadeiros craques de bola. A capacidade de não sentir o peso do confronto é essencial para que o atleta se mantenha firme na missão de entrar para a história do clube que defende. Com a camisa azul, vermelha e branca, há um meio-campista em quem o torcedor deposita suas esperanças para o duelo de hoje à noite: Éverton Ribeiro.
Contra o Flamengo, no Maracanã, o Bahia precisará reverter o placar do jogo de ida (1 a 0) das quartas da Copa do Brasil para, pela primeira vez, ficar a apenas dois passos do paraíso. Às 21h45, o ex-flamenguista terá a chance de, como já fez em outras ocasiões nesta temporada, desequilibrar o embate com toda a sua genialidade e conquistar de vez a gigante torcida tricolor.
Não por acaso, a chegada de Éverton ao Bahia foi um dos grandes feitos do técnico Rogério Ceni, conforme o próprio treinador já argumentou em entrevistas. O jogador também admitiu isso em sua primeira coletiva oficial no clube. “A presença do Rogério foi fundamental. Ele me mostrou tudo que está sendo feito, tudo que é projetado para o futuro, a equipe que está sendo montada”, disse o meia, à época.
Os números mostram que a aposta do ‘professor’ Ceni já deu resultado. Éverton Ribeiro disputou 48 jogos na temporada e, com ele em campo, a equipe venceu 54% das partidas (26 triunfos), o que atesta o seu valor. Além disso, sua capacidade de decisão aparece em momentos cruciais, com cinco gols e nove assistências que ajudaram o time a ser competitivo tanto na Série A quanto na Copa do Brasil.
Vale ser dito que, das vezes em que o meia marcou, o Bahia saiu vitorioso em três ocasiões. Isso mostra que suas contribuições vão além de criar chances para os companheiros. Mesmo nas partidas em que não marcou, sua visão de jogo foi determinante. Dos nove passes para gol em 2024, seis colaboraram em triunfos do Bahia, incluindo em confrontos cruciais, como contra Grêmio, Fortaleza e Vitória.
Outro ponto que fortalece sua posição como o maestro da equipe é sua consistência. Não só de boas assistências vive o craque, já que também tem vasta capacidade de ditar o ritmo do jogo. Contra o Botafogo, por exemplo, seu passe para o gol do triunfo apenas consolidou o papel de liderança que já exercia em campo, algo crucial em jogos de alta pressão, como o de hoje.
E uma coisa que o meia está acostumado é a ser decisivo no Maracanã. Em cinco ocasiões o jogador já contribuiu para bons resultados de seu ex-time: nas quartas, oitavas e final das Copas do Brasil de 2018, 2019 e 2022, respectivamente; na semi da Taça Rio de 2019 e nas oitavas da Copa Libertadores do mesmo ano.
Agora tricolor, Éverton terá a chance de brilhar novamente, contra um dos melhores elencos do país. Se os números e o retrospecto servem de referência, o Bahia conta com seu craque para comandar uma virada histórica. Afinal, quando o camisa 10 está inspirado, o Esquadrão, que também precisa coletivamente alcançar uma nota 10 mais tarde, se transforma em um time difícil de ser batido.
Último treino
A preparação dos comandados de Rogério Ceni para o desafio contra o Fla chegou ao fim ontem, com o treinador dedicando parte do treino às cobranças de pênaltis. Além disso, Ceni comandou uma série de atividades focada em fundamentos como troca de passes, cruzamentos, finalizações, e aspectos físicos e táticos.
Segundo informações divulgadas pelo clube baiano, os únicos desfalques confirmados para o duelo são o atacante Biel, que segue tratando de uma lesão nas costas, e o meio-campista uruguaio Nicolás Acevedo, em recuperação de uma lesão no joelho.
Arias e Lucho Rodríguez, que estavam representando, respectivamente, as seleções da Colômbia e do Uruguai nas Eliminatórias da Copa do Mundo, não participaram das primeiras atividades. No entanto, ambos retornaram e estarão à disposição de Rogério Ceni para o confronto.
A Tarde
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