O alojamento dos trabalhadores resgatados em condições de trabalho semelhantes à escravidão da fazenda do cantor Leonardo tinha estrutura precária. Segundo o relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o local não tinha banheiro, camas improvisadas, infestação de morcegos e fezes.

Os seis funcionários resgatados dormiam em uma casa abandonada, localizada a 2km da sede da Fazenda Lakanka. Segundo os fiscais, local era feito de alvenaria, coberto com telhas de barro sobre uma estrutura de madeira e forro de PVC.

Sem banheiro, os empregados usavam árvores próximas para fazerem xixi e cocô. Também não havia chuveiro, e os trabalhadores usavam uma mangueira para tomar banho.


Os fiscais atuaram nas fazendas Lakanka e Talismã, que é avaliada em R$ 60 milhões. Os trabalhadores estavam na Lakanka, mas a Talismã também é citada pois as duas ficam em área contígua e fazem parte do mesmo conjunto de operações agrícolas.

A defesa de Leonardo diz que os trabalhadores estavam uma parte da Fazenda Lakanka que está arrendada para outra pessoa para o plantio de soja e que, portanto, os funcionários dessa área não são de responsabilidade direta do cantor.

A ação fiscal aconteceu em novembro de 2023, nas fazendas Lakanka e Talismã, em Jussara. Foram identificados 18 trabalhadores, mas somente seis estavam em condições análogas à escravidão, incluindo um adolescente de 17 anos. O nome da fazenda Talismã homenageia um dos maiores sucessos da dupla Leandro & Leonardo, de 1990.

Os trabalhadores catavam raízes na Fazenda Lakanka, que, de fato, está arrendada para outra pessoa, que não Leonardo. Mas o relatório explica que todos os trabalhadores prestavam serviço para Leonardo, mesmo que de forma indireta e, por isso, ele foi responsabilizado.

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