A comunidade política de Umburanas e região acompanha com expectativa os desdobramentos da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que tramita na 167ª Zona Eleitoral. O processo, que discute possíveis práticas ilícitas durante as eleições municipais, já teve a audiência de instrução e julgamento redesignada diversas vezes, sempre a pedido das partes investigadas.
Segundo advogados que acompanham o caso, os pedidos de adiamento vêm sendo reiterados sob justificativas variadas, entre elas atestados médicos de advogadas de defesa e compromissos profissionais alegados pelos patronos. A insistência nesses requerimentos tem gerado críticas, pois é interpretada por alguns como uma estratégia de procrastinação do julgamento, numa tentativa de postergar o enfrentamento jurídico.
Especialistas lembram que uma AIJE possui caráter singular no ordenamento jurídico: trata-se de ação que pode resultar em inelegibilidade, cassação de mandato, anulação de votos e até convocação de novas eleições. Por essa razão, a legislação determina que o trâmite deve ocorrer com prioridade e celeridade, justamente para assegurar que a decisão seja efetiva e útil durante o exercício do mandato em análise.
“Não se pode subestimar a importância de uma AIJE. Estamos diante de um processo que pode mudar os rumos de toda uma comunidade, porque o seu objeto é a higidez do processo democrático e a legitimidade do mandato eletivo — matérias de interesse público indisponível”, comenta um advogado ouvido pela reportagem.
A sucessão de adiamentos, no entanto, tem causado descontentamento entre eleitores, que aguardam uma definição clara da Justiça Eleitoral. A percepção que se forma é de que os investigados tentam ganhar tempo, adiando ao máximo uma decisão que pode lhes ser desfavorável e implicar em perda de mandato e inelegibilidade futura.
Com a audiência novamente marcada para outubro de 2025, cresce a expectativa de que o ato finalmente seja realizado, permitindo que a Justiça Eleitoral avance para a fase de instrução probatória e, posteriormente, para o julgamento do mérito.
Enquanto isso, a comunidade permanece atenta. Para muitos, não se trata apenas de um embate judicial, mas de uma disputa que coloca à prova a confiança da sociedade nas instituições eleitorais e na própria democracia local.
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