A França vive um momento tenso e tem sido palco de diversas manifestações contra o presidente Emmanuel Macron e seu novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu. Um dos locais onde os protestos têm sido frequentes nos últimos dias é em Lyon, terceira cidade mais populosa do país.
O caos tomou conta de boa parte das ruas, como mostra a baiana Açucena Barbosa. Em entrevista exclusiva ao BNews, a estudante de direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que faz intercâmbio na cidade, descreveu o clima na região em meio aos protestos anti-governo.
“Eu fico impressionada, porque ontem parou tudo. Hoje, quando fui pegar o trem, ele demorou uns 10 minutos — sendo que aqui normalmente não tem trânsito. Mas devido à manifestação, eles de forma consciente acabam deixando o serviço ruim. Antes os trens passavam a cada 2 minutos, agora só a cada 10 ou 15. É um inferno”, desabafou Açucena ao BNews.
Motivo dos protestos
Parte da população protesta contra o plano de austeridade do governo de Macron, que prevê cortes de €44 bilhões no orçamento de 2026, afetando serviços públicos, educação, saúde e aposentadorias.
As reivindicações estão sendo organizadas principalmente por sindicatos, como a CGT, e já resultaram em confrontos com a polícia, feridos e detenções. Transportes públicos, escolas e serviços de saúde foram impactados, e há registros de ocupações simbólicas de prédios públicos.
A galera está pedindo a cabeça dele. Em todo lugar que eu passo, vejo gente xingando, mandando ele para tudo quanto é canto”, contou.
As instituições reforçam que quem está na cidade é ideal evitar áreas de conflito, acompanhar as orientações das autoridades locais e se manter informada sobre os desdobramentos das manifestações.
No caso da estudante baiana, ela destaca que o trajeto de casa até a faculdade normalmente leva cerca de 20 minutos, mas com protestos o tempo dobrou. “Eu faço em 40. E a gente começa a ver engarrafamentos pela cidade, muitos buzinaços, enfim, coisas que não são comuns por aqui.”
Protestos em outras cidades da França
Além de Lyon, outras cidades da França estão sendo afetadas pelos protestos. Em Paris, a polícia lançou gás lacrimogêneo durante um dos atos, e manifestações também ocorreram em Nantes. Segundo o Ministério do Interior, ao menos 140 pessoas foram presas. Cerca de 80 mil policiais e gendarmes foram mobilizados ao longo do dia, incluindo tropas de choque, drones e veículos blindados.
BNews
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